Fonte: Arte Naval Volume II – Altineu Pires Miguens
7- Nomenclatura básica de uma galera:
Já que a Marinha brasileira possui atualmente o Navio Veleiro Cisne Branco, a nomenclatura básica do arvoredo e do velame que será apresentada a ele se refere:
a. Mastreação
(1) Mastro grande: É o mastro que se situa no meio do navio, normalmente o de maior guinda. Está localizado sobre a caverna 42, tendo a sua base assentada sobre a quilha, e possui três seções, a saber: mastro real (guinda de 21,46 m), mastaréu da gávea (guinda de 14,34 m) e mastaréu do joanete (guinda de 16,18 m);
(2) Mastro traquete: É o mastro de vante do navio, de menor guinda que o mastro grande. Está localizado sobre a caverna 71, tendo sua base assentada sobre o convés três. Também possui três seções, a saber: mastro real do traquete (guinda de 20,40 m), mastaréu do velacho (guinda de 14,34 m) e mastaréu do joanete do traquete (guinda de 13,00 m);
(3) Mastro da gata: É o mastro de ré do navio, sendo o de menor guinda entre os três. Está localizado sobre a caverna 18, tendo sua base assentada sobre o convés dois. Também está dividido em três seções, a saber: mastro real da gata (guinda de 17,03 m), mastaréu da gata (guinda de 11,62 m) e mastaréu da sobregata (guinda de 11,67 m);
(4) Gurupés: O gurupés também é considerado um mastro. Prolonga-se pela proa do navio, em uma inclinação aproximada de 35 graus. Nos antigos clippers, possuía considerável guinda, o que permitia o uso de muitas velas de proa, aumentando a velocidade e a manobrabilidade do navio. Sua base está assentada no convés dois, à altura da caverna 86. Possui duas seções, a saber: gurupés (guinda de 12,34 m) e pau da giba (guinda de 28,90 m); este fica disposto sobre o gurupés, prolongando-o, de fato, em 16,56 m. Os mastros reais e o gurupés são confeccionados em aço. Já seus mastaréus e o pau da giba o são em alumínio;
(5) Cestos de gáveas: São plataformas existentes nos mastros, localizadas nas uniões dos mastros reais com os mastaréus. Possuem múltiplas funções, tais como servir de bases para moitões, manilhas e enxárcias superiores, de retorno para cabos de laborar. São igualmente importantes para a passagem e o trabalho do pessoal dos mastros. As estruturas dos cestos de gáveas servem de base para as enxárcias superiores e também para os espalha-cabos, peças que dizem para ré e que atuam como guias para os brandais.
Nos navios de vela mais antigos também serviam de local para o serviço dos vigias, possuindo, então, estrutura bem maior, guarnecida de balaustradas. O Navio-Escola Sagres possui gáveas desse tipo; e
(6) Vergas: O navio possui um total de 15 (quinze) vergas redondas. Além das vergas, há uma retranca e uma carangueja, ambas para a vela ré. As vergas e a carangueja são confeccionadas em alumínio. A retranca da vela ré é de aço.